O Exército de Aníbal Atravessando os Alpes

Análise da Obra:

Análise do quadro “O Exército de Aníbal Atravessando os Alpes”, de William Turner, uma importante pintura do romantismo

Análise da obra “O Exército de Aníbal Atravessando os Alpes”, de Turner, de 1812.

O Exército de Aníbal Atravessando os Alpes, 1812

 

            No ano de 1810, William Turner passeava com o filho de seu grande amigo, Walter Fawkes, pelos campos de Yorkshire, enquanto uma tempestade se aproximava. Os dois realizam alguns esboços da paisagem. Conta-se que Turner apontou para a paisagem e afirmou que, em dois anos, aquela tempestade estaria representada em uma obra chamada “Aníbal Cruzando os Alpes”.

           O quadro foi apresentado na Royal Academy of Arts, em 1812. Foi exposto na altura dos olhos, para que os observadores pudessem imergir na obra e sentissem o terror do castigo da natureza. “O Exército de Aníbal Atravessando os Alpes” atraiu multidões, e foi aplaudida como uma obra de arte verdadeiramente moderna.

           No primeiro plano, vemos as tropas cartaginesas encabeçadas por Aníbal em uma penosa jornada, enfrentando simultaneamente um tufão e assustadores seres da montanha. Na época de Turner, era comum relacionar a figura de Aníbal com a de outro conquistador, Napoleão Bonaparte. Turner realiza uma crítica contundente a Napoleão, retratando-o de forma humilhante, sendo uma figura de pouco destaque em uma obra onde o que sobressai é a própria natureza.

                              “O Exército de Aníbal Atravessando os Alpes” é uma das obras de maior destaque do movimento romântico.

                                Impressões de “O Exército de Aníbal Atravessando os Alpes”:

• A natureza: Turner pinta um verdadeiro cataclismo, onde sol, tempestade de neve e um tufão ameaçam a segurança das tropas de Aníbal. No período romântico, era comum retratar batalhas de sobrevivência do homem contra os elementos da natureza. Esta é representada de forma grandiloquente e sublime, furiosa.

• O exército de Aníbal: as figuras humanas no quadro são pouco mais do que diminutos contornos, frágeis antes a imensidão da natureza. É a tragédia da própria insignificância.

•  Napoleão: representado por uma figura apagada e diminuta, de fundo, montada em um elefante. Napoleão geralmente era protagonistas de suas pinturas, mesmo quando sua imagem não era vista com simpatia. Nada era mais humilhante do que destituí-lo de toda a sua importância e torná-lo praticamente imperceptível.

 

Detalhe do quadro, onde se vê a figura de Napoleão

• As cores: o negro do tufão parece prestes a engolir a luminosidade amarela do quadro. O contraste entre ambos os tons causa grande impacto visual. O jogo de luz e atmosfera dramática impressionam.

• As pinceladas: enquanto a maioria dos pintores de seu tempo registravam paisagens com meticulosa precisão, Turner retratada o céu com pinceladas rápidas e carregadas, expressando a violência da intempérie. A forma do tufão e a energia com que é pintado imprimem uma sensação de movimento e urgência. As obras de Turner influenciariam os movimentos de vanguarda do século XX, como o impressionismo e o expressionismo.

Ficha Técnica:
SNOW STORM HANNIBAL
Autor: William Turner
Ano: 1812
Técnica: óleo sobre tela
Tamanho: 145cmx236,5cm
Museu: Tate Britain, Londres

 

Texto encontrado no link: http://abstracaocoletiva.com.br/2012/12/19/o-exercito-de-anibal-atravessando-os-alpes-analise/