quinta-feira, 16 de abril de 2015

Agradecimento

Trabalho Romantismo

Não seria nada fácil falar sobre o Romantismo sem se emocionar, pois graças a ele, a turma se juntou, conseguiu com que nós façamos conciliar o trabalho com nossas vida pessoal, tivemos que nós dar  ao máximo nesse projeto tão importante, soubemos lidar com a pressão, então encerramos com sensação de agradecimento , parabéns á turma A e parabéns a todos os professores que ajudaram nesse trabalho muito significativo para todos nós.
Obrigado

 
 
 





Entrevista de Filosofia

Relação é total, falando ser humano. Estudar filosofia é reconhecer o sonho e os emoções, os sentidos, também fazem parte da nossa realidade. O homem não é somente razão.

Alunos que assistiram a apresentação



Entrevista


domingo, 12 de abril de 2015

A Eterna Repetição

LIRA DO AMOR ROMÂNTICO OU 
A ETERNA REPETIÇÃO
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, 2002



ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA
E FIQUEI VENDO NA MARGEM.
OS PEIXINHOS RESPONDERAM:
QUEM TEM AMOR TEM CORAGEM.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA
E CAIU ENVIESADO.
OUVI UM PEIXE DIZER:
MELHOR É O BEIJO ROUBADO.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA,
COMO FAÇO TODO ANO.
SENTI QUE OS PEIXES DIZIAM:
TODO AMOR VIVE DE ENGANO.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA,
COMO UM VIDRO DE PERFUME.
EM CORO OS PEIXES DISSERAM:
JOGA FORA TEU CIÚME.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA
MAS PERDI A DIREÇÃO.
OS PEIXES, RINDO, NOTARAM:
QUANTO DÓI UMA PAIXÃO!

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA,
ELE AFUNDOU UM BARQUINHO.
NÃO SE ESPANTARAM OS PEIXES:
FALTAVA-ME O TEU CARINHO.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA,
O RIO LOGO AMARGOU.
OS PEIXINHOS REPETIRAM:
É DOR DE QUEM MUITO AMOU.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA,
O RIO FICOU VERMELHO
E CADA PEIXINHO VIU
MEU CORAÇÃO NUM ESPELHO.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA
MAS DEPOIS ME ARREPENDI.
CADA PEIXINHO ASSUSTADO
ME LEMBRA O QUE JÁ SOFRI.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA,
ANTES NÃO TIVESSE FEITO.
OS PEIXINHOS ME ACUSARAM
DE AMAR COM FALTA DE JEITO.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA,
FEZ-SE LOGO UM BURBURINHO.
NENHUM PEIXE ME AVISOU
DA PEDRA NO MEU CAMINHO.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA,
DE TÃO BAIXO ELE BOIOU.
COMENTA O PEIXE MAIS VELHO:
INFELIZ QUEM NÃO AMOU.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA,
ANTES ATIRASSE A VIDA.
IRIA VIVER COM OS PEIXES
A MINH’ALMA DOLORIDA.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA,
PEDINDO À ÁGUA QUE O ARRASTE.
ATÉ OS PEIXES CHORARAM
PORQUE TU ME ABANDONASTE.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA.
FOI TAMANHO O REBULIÇO
QUE OS PEIXINHOS PROTESTARAM:
SE É AMOR, DEIXA DISSO.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA,
NÃO FEZ O MENOR RUÍDO.
SE OS PEIXES NADA DISSERAM,
TU ME TERÁS ESQUECIDO?

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA,
CAIU CERTEIRO: ZÁS-TRÁS.
BEM ME AVISOU UM PEIXINHO:
FUI PASSADO PRA TRÁS.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA,
DE CLARA FICOU ESCURA.
ATÉ OS PEIXES JÁ SABEM:
VOCÊ NÃO AMA: TORTURA.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA
E CAÍ N’ÁGUA TAMBÉM,
POIS OS PEIXES ME AVISARAM,
QUE LÁ ESTAVA MEU BEM.

ATIREI UM LIMÃO N’ÁGUA,
FOI LEVADO NA CORRENTE.
SENTI QUE OS PEIXES DIZIAM:
HÁS DE AMAR ETERNAMENTE.

Ganhadora do concurso



A ganhadora foi a Beatriz do Pará. Beatriz entraremos em contato com você.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Análise poética

Poema canção do exílio 

      Publicado em Primeiros Cantos (1847). Canção do Exílio é um dos mais célebres poemas da literatura brasileira. Tipicamente romântico, um eu lírico (aquele que expressa os sentimentos do autor), distante da pátria brasileira, evoca com saudosismo os aspectos genuínos do Brasil:
CANÇÃO DO EXÍLIO
Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nossas várzeas têm mais flores,
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá. […]


  Neste poema de Gonçalves Dias dois aspectos são fundamentais: a valorização do Brasil e a intertextualidade, características muito presentes nas obras da época.

“… As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá. ’’ – podemos perceber nesses versos a valorização idealizada da terra natal, o afastamento espacial que era um traço do romantismo e a supervalorização dos elementos que compõem esse lugar.

     Se tratando de intertextualidade (conexão dos textos) o poema faz uma relação com o Hino Nacional, de Ósorio Duque Estrada, nos versos: “… Nossos bosques têm mais vida, nossa vida mais amores.” Além disso, a presença dos pronomes possessivos ajuda a estabelecer a ligação com o país.
Esta obra foi escrita durante o Romantismo (1836-1881), na sua primeira geração romântica a qual teve como principais representantes José de Alencar e o próprio Gonçalves Dias. 
      A preocupação central dos autores era a definição da identidade nacional brasileira, tempos após a Independência do Brasil (1822). Nesse contexto, a valorização da figura indígena (considerado o herói nacional) e a exaltação dos elementos típicos da cultura local (e também da natureza brasileira) são recorrentes nos textos literários. Por isso, esse período é chamado de Era nacional ao buscar uma identidade para a nova nação, esse foi o primeiro movimento oficialmente brasileiro que iniciado em 1836, com o livro de Gonçalves de Magalhães, intitulado Suspiros Poéticos e Saudades.

encontrado no site : https://campoliterario.wordpress.com/2013/07/27/analise-poetica-cancao-do-exilio/