sábado, 28 de março de 2015

Saturno Devorando Seu Filho

Análise da Obra:

                   “Saturno Devorando Seu Filho” é uma obra de Francisco de Goya pertencente as chamadas “Pinturas Negras”. Tais pinturas foram realizadas no final da vida do pintor, provavelmente entre os anos de 1820 e 1823, sobre a superfície de reboco da parede de sua casa, a Quinta del Sordo. São 14 obras no total, compradas em 1874 por um banqueiro francês Émile d’Erlanger, que visava vendê-las na Exposição Universal de Paris de 1878. As obras foram transladas de reboco para a tela. Sem conseguir compradores para as obras, o banqueiro doou as pinturas para o Museu do Prado, onde atualmente são expostas.
                       Na mitologia romana, Saturno era o deus grego Cronos, deus do tempo. Avisado por um oráculo que um de seus filhos o destronaria – Saturno era o soberano do universo! -, este resolve comer cada um de seus filhos.
                          O fato de Goya ter feito a representação deste mito suscita diversas interpretações. Para Freud, a pintura representa uma fase de impotência sexual do pintor, casado, na época, com uma esposa bem mais jovem, Leocadia Weiss. É certo, no entanto, que esta espelha um momento de decadência física de Goya, debilitado pela velhice e pela doença que o tornou surdo. Pode representar, também, o Estado devorando os seus súditos – a Espanha passa por um momento de instabilidade política e econômica, após os horrores das guerras napoleônicas.
                        “Saturno Devorando Seu Filho” é considerada uma obra precursora do expressionismo pictórico.
Destaques da obra:
  • Saturno: o deus é representado de forma grotesca, sem um contorno definido, com pinceladas fortes e vibrantes. Para representar o horror, faz-se necessário o uso de uma técnica radical.
  •  Os olhos: são olhos esbugalhados, um branco intenso rodeando a pupila, olhos de um lunático. Para manter o poder, o deus atravessa o limite máximo da crueldade.
  •  A luz: é focada em Saturno, deixando todo o resto do quadro na escuridão. É a morte da luz, a sensação máxima de pessimismo.
  • As cores: limitadas, incluem o marrom, o preto, o cinza e o rosa. Destaca-se o vermelho, escorrendo pelas mãos de Saturno.
  •  O corpo do filho: é o corpo de um adulto, o que torna a cena ainda mais tenebrosa. Tem contornos humanos, com tendões e musculatura. É um monstro devorando um homem.
Saturno Devorando Seu Filho, de Goya
Ficha Técnica:
SATURNO DEVORANDO A UN HIJO
Autor: Francisco de Goya
Ano: 1820-1823
Técnica: óleo sobre reboco transladado a tela
Tamanho: 146cmx83cm
Museu: Museu do Prado, Madrid

Texto encontrado no: http://abstracaocoletiva.com.br/2012/11/01/analise-do-quadro-saturno-devorando-seu-filho-de-francisco-de-goya/

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