Foi preciso esperar pela época do Romantismo (século XVIII) para que se
criassem as primeiras bases sólidas do romance. Antes disso, apenas se produzia
a novela, que andava, sensivelmente, ao nível do romance de aventuras em série
e do romance de folhetim. Em traços largos, o romance distingue-se da novela
pela maior extensão do texto e pelo fato de na novela predominar o evento, a
história contada no geral, enquanto que no romance há o avultar de toda a
atmosfera psicológica, social, ambiental, configurando o mundo das personagens,
tornando-o mais denso e complexo, aproximando o leitor aos reais acontecimentos
cotidianos, dando, assim, lugar a um ritmo e a um tempo da história muito mais
lento, mais alargado, mais próximo do tempo real. O romance histórico português
produziu brilhantes exemplos, multiplicando o número de autores que o
adoptaram, revelando ao mundo das Letras portuguesas nomes marcantes como os de
Alexandre Herculano, Almeida Garrett, Camilo Castelo Branco, A. da Silva Gaio e
outros.
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